Sobre Blogs e Janelas - uma reflexão
Qual é o propósito deste weblog? Quando eu o iniciei, a ideia era simplesmente ser um pequeno experimento para um blog de notas, revivendo uma nostalgia dos anos 90, me espelhando muito no finado Taperouge, postando links legais e notas curtas.
Mas o legal de manter um projeto como esse é justamente observar as mudanças que vão surgindo e não impedí-las. Não engessar o site nem o personagem que vou criando sobre ele. Não que eu vá para com as notinhas, mas tem momentos que eu simplesmente não estou no clima de postar essas coisas. Posso voltar assim que der na telha. Posso escrever reviews de jogos ou livros aleatórios como fiz ontem. Posso escrever textos mais pessoais, como estou fazendo aqui.
Nas minhas experimentações pela internet, acabei abrindo outro blog no espaço gemini. Acontece que por ter menos visibilidade, me senti mais a vontade de escrever textos mais espontâneos neste espaço. Aqui tem um segredo que não contei lá no outro post - o site está disponível na web também. Espontâneos é um termo bonitinho, são textos que chamo algumas vezes de cuspidos ou vomitados mesmo. Sem edição, sem preocupação, o que sai de meus dedos no teclado quando começo a escrever é o que fica.
É um exercício que acredito que faça bem para a criatividade e que muitos escritores façam uso dele, porém sem publicar. Aqui eu publico de qualquer forma. É a exposição a que todos estamos nos acostumando a viver. Se posso postar o meu almoço no instagram para milhares de pessoas, porque não compartilhar alguns pensamentos crus para alguns gatos pingados ou para os robôs que vasculham a internet? Se um dia eu me arrepender também é só tirar este site da tomada.
Pois bem, voltando à ideia da reflexão do título.
Hoje escrevendo um destes textos no smol pub, me veio a ideia de um segundo texto, que publico aqui abaixo.
O nome do escritório é Janela Arquitetos, expliquei um pouco sobre a escolha deste nome em uma das newsletters que eu escrevia.
Mas hoje me veio uma nova visão do termo janela, como se fosse uma pequena fuga da realidade. Talvez seja a visão que mais se enquadre neste despretensioso blog.
Hoje mesmo, cuspindo um texto imediato que me veio na cabeça, ressurgiu essa ideia de olhar da janela, mas com outra interpretação.
Olhar da janela não é para qualquer janela, na verdade é para poucas janelas de poucos lugares. Funciona melhor em janelas de prédios, pois janelas de casas térreas muitas vezes se abre para um infeliz muro sem graça. Isso é um outro problema, não é disso que quero falar aqui.
Quando se tem a oportunidade de se ter uma janela com uma vista que se abre para algo além de um muro, essa janela tem uma outra função além das elencadas no referido texto anterior.
Uma função que me aventou agora, em uma fase particularmente difícil de minha vida, é a da fuga. É sair de um contexto difícil e olhar para baixo, para outros telhados, para a rua da frente, para as pombas, em busca de nada. Só de dar uma pequena pausa no contexto atual e se distrair por alguns segundos com outra coisa. Acho que é mais ou menos como abrir alguma rede social no celular, só que menos escapista e mais pé no chão.